This is the Atelier of Contra Ƨenso — a group of individuals from diverse backgrounds who have chosen to engage with the contradictions of the modern world through the power of the word (and the brush).
Based in Portugal, the project brings together written, visual, and auditory works that seek to reimagine reality — a practical undertaking, lightly touched by the philosophical and the mystical.
Though most of our materials are in Portuguese, select texts and summaries are provided in English for international readers interested in our work
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Queres saber os nossos segredos?
Espreita os nossos destaques e publicações! ↡
As nossas publicações…
Um facto curioso: Aquilo que vemos de rajada no telemóvel dá-nos a ideia de um mar infinito de possibilidades. Podemos sempre comprar, atingir e ser o que quisermos. Mas quando levantamos a cabeça, observando atentamente as pessoas que nos rodeiam, não o encontramos. Porquê? … Certamente o infinito deveria ser algo fácil de encontrar…
Preocupados, perguntamos ao professor porque é que as coisas são como são, que responde «está demonstrado que as coisas não podem ser de outro modo; porque, sendo tudo feito para um fim, tudo é necessariamente feito para o fim melhor…»*. É razoável, por certo, mas não é grande ajuda, e «por consequência…», talvez deixemos de o ouvir. Aborrecidos, perguntamos a um marinheiro muito terra-a-terra, que nos responde com versos:
“A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente?
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D'ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?”**
E assim, da vida cheia de contradições, nasceu o grupo Contra Senso!
Conjugamos investigação, crítica social e revisão literária como guias para as nossas reflexões independentes onde fazemos questões estruturantes, propomos novas ideias e recuperamos também filosofias antigas.
* Voltaire, Cândido ou o Optimismo, Capítulo I: Pangloss
** Camões, Lusíadas canto IV, Velho do Restelo.
“Depois do Terramoto, que tinha destruído três quartos de Lisboa, os sábios do país não tinham encontrado meio mais eficaz de evitar uma ruína total do que dar ao povo um belo auto-de-fé”
…Rezavam assim as palavras do poema que, contínua e silenciosamente, ressoava pelos meus ouvidos, tal era o seu encanto de seita. E sob as cores deste pássaro dissipavam-se todas as minhas preocupações, como nuvens de algodão doce que se desfazem na boca…
Ilusão de criança, claro está.