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Filósofo iluminado escreve com compasso sob uma espiral dourada e uma macieira — símbolo do saber e da tentação.

Esta é a página de autores do Contra Ƨenso, um grupo de diversas histórias e origens que fundou um espaço de reflexão e de criação independente para mergulhar nas contrariedades do mundo moderno, redefinindo-o pelas obras escritas, visuais e auditivas, com um traço académico e filosófico.

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O mundo apresenta-se-nos, frequentemente, como um mar infinito de possibilidade — sempre ao alcance do ecrã. Mas quando levantamos a cabeça, observando o que nos rodeia, não o encontramos.

Preocupados, perguntamos ao professor porque é que as coisas são como são, que responde «está demonstrado que as coisas não podem ser de outro modo; porque, sendo tudo feito para um fim, tudo é necessariamente feito para o fim melhor…»*. É razoável, por certo, mas não é grande ajuda, e «por consequência…», talvez deixemos de o ouvir. Aborrecidos, perguntamos a um marinheiro muito terra-a-terra, que nos responde com versos:

“A que novos desastres determinas

De levar estes reinos e esta gente?

Que perigos, que mortes lhe destinas

Debaixo dalgum nome preminente?

Que promessas de reinos, e de minas

D'ouro, que lhe farás tão facilmente?

Que famas lhe prometerás? que histórias?

Que triunfos, que palmas, que vitórias?”** 

E assim, da vida cheia de contradições, nasceu o grupo Contra Ƨenso.

E porque o mundo precisa de ser dito de novo, com outras palavras, com outras imagens, cruzamos investigação, crítica e expressão literária como guias para as nossas reflexões independentes.

 

* Voltaire, Cândido ou o Optimismo, Capítulo I: Pangloss

** Camões, Lusíadas canto IV, Velho do Restelo. 


Depois do Terramoto, que tinha destruído três quartos de Lisboa, os sábios do país não tinham encontrado meio mais eficaz de evitar uma ruína total do que dar ao povo um belo auto-de-fé
— Voltaire, Candide ou l'Optimisme